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A ENXADA E A CANETA

Composição:
Capitão Barduíno (Pedro Astenori Marigliani)
Teddy Vieira (Teddy Vieira Azevedo)
Referência (MIDI):
Zico (Antônio Bernardo da Costa)
Zeca (Domingos Paulino da Costa)

MIDI

"Certa vez, uma caneta foi passear lá no Sertão
 Encontrou-se com uma enxada fazendo uma plantação
 A enxada, muito humilde, foi lhe fazer saudação
 Mas a caneta, soberba, não quis pegar na sua mão
 E ainda, por desaforo, lhe passou uma repreensão"

Disse a caneta pra enxada:
- Não vem perto de mim, não
Você está suja de terra, de terra suja do chão
Sabe com quem está falando? Veja sua posição
E não esqueça a distância da nossa separação

Eu sou a caneta dourada que escreve pros tabeliões
Eu escrevo pros governos a Lei da Constituição
Escrevo em papel de linho pros ricaços e pros barões
Só ando nas mãos dos mestres, dos homens de posição

A enxada respondeu:
- De fato, eu vivo no chão
Pra poder dar o que comer e vestir o seu patrão
Eu vim no mundo primeiro, quase no tempo de Adão
Se não fosse o meu sustento, ninguém tinha instrução

Vai-te, caneta orgulhosa, vergonha da geração
A tua alta nobreza não passa de pretensão
Você diz que escreve tudo, tem uma coisa que não
É a palavra bonita que se chama educação

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