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A SERPENTE E O PASTOR
Composição: Capitão Furtado (Ariovaldo Pires) Paraguassú (Roque Ricciardi) De vez em quando No recanto onde vivo Fico triste, pensativo Sem achar explicação Por que, no mundo Tantas vezes a bondade Tem em troca a falsidade Em lugar da gratidão? Por mais que eu pense Não há justificativa E conservo ainda viva Me causando imensa dor A triste história Que ouvi quando criança E conservo na lembrança A serpente e o pastor Lembrando Cristo De bondade sem tamanho A cuidar do seu rebanho Lá da imensidão do além Um homem simples Patoreando sossegado Parecia iluminado Pelo espírito do bem Chegando o inverno O pastor de alma pura Caminhando na brancura Da geada que caiu Levou um susto Acudindo prontamente Quando viu a má serpente Quase a sucumbir de frio Pegou a cobra E no peito aconchegando Foi depressa esquentando Junto ao próprio coração E a serpenter Outra vez revigorada Desfechou mortal picada Na mais sórdida traição Lembrando a história Que escutei quando criança Compreendo a desconfiança De quem nega um favor É lamentável Ver que ainda tanta gente Segue o exemplo da serpente Sem seguir o bom pastor
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