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CHICO MULATO

Composição:
João Pacífico (João Baptista da Silva)
Raul Torres (Raul Montes Torres)
Referência (MIDI):
Tonico (João Salvador Perez)
Tinoco (José Perez)

MIDI

"Na vorta daquela estrada
 Bem em frente da incruziada 
 Todo ano a gente via
 Lá no meio do terrero 
 A imagem do padroero 
 São João da Freguesia
 Do lado, tinha fogueira
 Em redor, a noite intera 
 Tinha caboclo violero
 E uma tar de Terezinha 
 Cabocla bem bonitinha
 Sambava nesse terrero
 Era noite de São João
 Tava tudo no sertão
 E tava o Romão cantadô
 Quando foi de madrugada
 Saiu com Tereza prá estrada 
 Tarvez confessá seu amor
 Chico Mulato era o festero
 Caboclo bão, violero 
 Sentiu frio seu coração
 Tirô da cinta o punhá
 E foi com os dois se encontrá
 Era o rivá, seu irmão
 E, hoje, na vorta da estrada
 Em frente da incruziada
 Ficô tão triste o sertão
 Por causa da Terezinha
 Essa tar de caboclinha
 Nunca mais teve São João"

Tapera na beira da estrada que vive assim descoberta
Por dentro não tem mais nada, por isso ficou deserta
Morava, Chico Mulato, o maior dos cantadô
Mas, quando Chico foi embora, na vila ninguém sambô

Morava, Chico Mulato, o maior dos cantadô

A causa dessa tristeza sabida em todo lugá 
Foi a cabocla Tereza, com outro ela foi morá 
O Chico, acabrunhado, largou então de cantá 
Vivia triste, calado, querendo só se matá

O Chico, acabrunhado, largou então de cantá

Emagrecendo, coitado, foi indo inté se acabá!
Chorando tanta sodade de quem não quis mais vortá
E todo mundo chorava a morte do cantadô
Não tem batuque, nem samba, sertão inteiro chorô

E todo mundo chorava a morte do cantadô

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