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DESTERRO

Composição: 
Alberto Nepomuceno (Alberto Nepomuceno)
Olavo Bilac (Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac)

MIDI

[Poema]

Já me não amas? Basta! Irei, triste e exilado 
Do meu primeiro amor para outro amor, sozinho
Adeus, carne cheirosa! Adeus, primeiro ninho
Do meu delírio! Adeus, belo corpo adorado!

Em ti, como num vale, adormeci deitado
No meu sonho de amor, em meio do caminho
Beijo-te inda uma vez, num último carinho
Como quem vai sair da pátria desterrado

Adeus, corpo gentil, pátria do meu desejo!
Berço em que se emplumou o meu primeiro idílio
Terra em que floresceu o meu primeiro beijo!

Adeus! Esse outro amor há de amargar-me tanto
Como o pão que se come entre estranhos, no exílio
Amassado com fel e embebido em pranto

[Edição musicada do poema]

Já me não amas? Basta! Irei triste e cansado 
Do meu primeiro amor para outro amor, sozinho
Beijo-te inda uma vez, num último carinho
Como quem vai sair da pátria desterrado

Adeus, pele cheirosa! Adeus, primeiro ninho
Do meu delírio! Adeus, belo corpo adorado!
Em que como num vale, adormeci deitado
No meu sonho de amor, em meio do caminho

Adeus, carne gentil, pátria do meu desejo!
Berço em que se emplumou o meu primeiro idílio
Terra onde floresceu o meu primeiro beijo!

Adeus! Que esse outro amor há de amargar-me tanto
Como o pão que se come entre estranhos, no exílio
Amassado com fel e embebido de pranto

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