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DILETA

Composição:
Cândido das Neves (Cândido das Neves)

MIDI

Esta noite prateada
Minha eterna e doce amada
A chamar-te me insinua
Nos acordes desta lira
Que de amor geme e suspira
Ante o albor níveo da lua

O rendado da neblina
Mais parece uma cortina
Numa festa de noivado
A lua é a noiva bela
Recostada na janela
De um palácio constelado

Desperta, vem matar o meu desejo
A minh'alma vaga incerta
À procura do teu beijo
Dileta, tu formosa e eu poeta
Quero para os tristes versos meus
As rimas dos beijos teus

Que beleza nas estrelas
Oh, se tu pudesses vê-las
Como estão no céu sorrindo
Espreitando com cautela
Pelas frestas da janela
Do quarto onde estás dormindo

minh'alma dorme sonhando
Geme e chora te chamando
Pelo espaço, como louca
Ah, se a aurora despontasse
Quem dera que me encontrasse
A beijar a tua boca

Desperta, vem matar o meu desejo
A minh'alma vaga incerta
À procura do teu beijo
Dileta, tu formosa e eu poeta
Quero para os tristes versos meus
As rimas dos beijos teus

A natureza te chama
O meu peito já reclama
A quentura dos teus seios
Os astros já são escassos
Vem, sufoca-me em teus braços 
Antes que eu morra de anseios

As estrelas cintilantes
São lanternas dos amantes
Pelo espaço a flutuar
Como Deus é inspirado
Inventou para o pecado
Estas noites de luar

Desperta vem matar o meu desejo
A minh'alma vaga incerta
À procura do teu beijo
Dileta, tu formosa e eu poeta
Quero para os tristes versos meus
As rimas dos beijos teus

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