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FAVORITO (Amor Avacalhado)

Composição:
Ernesto Nazareth (Ernesto Júlio de Nazareth)

MIDI

Adendo: Em 1915, o cantor Eduardo das Neves grava a canção intitulada "Amor Avacalhado" com versos de letrista anônimo e melodia de Ernesto Nazareth "Favorito". Em 1929, Francisco Alves viria a gravar uma versão modificada da mesma letra sob o título de "Favorito", melodia de Ernesto Nazareth.

[Letra cantada por Eduardo das Neves, em 1915]

Meu amor, se tu queres saber
Qual a razão deste meu padecer
Por que motivo me ausento de ti
Vem me escutar aqui
Não é medo, meu bem, qual o quê
Eu te digo qual é a razão
Eu gosto muito de você
Mas dou o fora nesta ocasião

Tens um pai que é de tremer
E é quem me faz sofrer
Perder o tempo até
Bem sabes como ele é
Se descobre que eu vou lá
Tenho mesmo que fugir
Pois eu não dou pra fubá
Na porta não posso ir

Esse teu pai é uma fera
Se você ainda espera
Que eu caia nesse arrastão
Mas eu não vou nisso não
Nestas contas, eu vou por mim
Pois não tem graça, meu bem
Eu perder o meu latim
Nestas contas, vou por mim

[Solo]

Tua mãe, ai Jesus, não tem mais
Porque eu hei de dizer de teus pais
Tem por mãe uma víbora feroz
Que do inferno caiu entre nós
É maldosa, cruel, é um azar
Pois não me dá uma folga sequer
Que vida, que paixão, que contrariedade
Isto não é mulher

Tens um pai que é de tremer
E é quem me faz sofrer
Perder o tempo até
Bem sabes como ele é
Se descobre que eu vou lá
Tenho mesmo que fugir
Pois eu não dou pra fubá
Na porta não posso ir

Esse teu pai é uma fera
Se você ainda espera
Que eu caia nesse arrastão
Mas eu não vou nisso não
Nestas contas, eu vou por mim
Pois não tem graça, meu bem
Eu perder o meu latim
Nestas contas, vou por mim

Teus maninhos me pedem tostões
Sujam-me a roupa, me arrancam os botões
Tu achas isso muito natural
Eu sei que não é por mal
Mas não posso, a despesa é demais
Cair no Mangue é melhor, minha flor
Crio alma nova, me vou para embora
Saúde, e fica deusinho, meu amor

Tens um pai que é de tremer
E é quem me faz sofrer
Perder o tempo até
Bem sabes como ele é
Se descobre que eu vou lá
Tenho mesmo que fugir
Pois não dou pra fubá
Na porta não posso ir

Esse teu pai é uma fera
Se você ainda espera
Que eu caia nesse arrastão
Mas eu não vou nisso não
Nestas contas, eu vou por mim
Pois não tem graça, meu bem
Eu perder o meu latim
Nestas contas, vou por mim


[Letra cantada por Francisco Alves, em 1929]

Meu amor, se tu queres saber
Qual a razão deste meu padecer 
Porque motivo me ausento de ti 
Ó, vem escutar-me aqui 
Não é medo, meu bem, qual o quê 
Eu já te digo qual a razão 
Pois que eu tenho paixão por você 
Dou sempre o fora na melhor ocasião

Tens um pai que é de temer 
O que me faz sofrer 
Perder um santo até
Tens um pai que é de temer 
O que me faz sofrer 
Perder um santo até
Pois se já sabes como é 
Se ele descobre que eu vou lá 
Tenho mesmo que fugir
Pois não dou para o fubá

Tua mãe, ai jesus, não sei mais
Que lhe dizer, meu amor, de teus pais
Tu tens por mãe uma velha feroz
Que do inferno caiu entre nós 
É perversa, é cruel, é um azar
E não me dá uma folga sequer
Coisa pior não se pode encontrar
É obra-prima, magistral, do Lúcifer

Quando em noite de luar 
Tu fores, formosa, ao fundo do jardim
Quando em noite de luar 
Tu fores, formosa, ao fundo do jardim
Vê se te lembras de mim
Quando eu pulava o teu quintal 
Eu ficaria frio e sério
E teu pai neste portal

Teus maninhos me pedem tostões
Sujam-me a roupa e arrancam meus botões
Mas tu não sabes que é natural 
Eu bem sei que não é por mal 
Mas não posso, a despesa é demais
Cair no Mangue é melhor, minha flor
Crio alma nova e tu ficas em paz 
Saúde, e fica, se deseja o meu amor

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