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SUCULENTO (O Vermutin)

Composição:
Ernesto Nazareth (Ernesto Júlio de Nazareth)
Neptuno (Eduardo França)

MIDI

Adendo: SUCULENTO, denominado na partitura "Succolento" com o subtítulo "samba brasileiro", foi publicado pela Casa Mozart em 1919, e dedicado aos carnavalescos deste ano. Foi a primeira música de Ernesto Nazareth vinculada ao carnaval, precedendo outras oito que seriam compostas na década de 1920. No manuscrito autógrafo consta uma letra assinada sob o pseudônimo de Neptuno, que consiste em uma propaganda do xarope Vermutin, do Dr. Eduardo França, um popular tônico do início do século XX no Brasil. Acredita-se que o tal Neptuno é o próprio Dr. Eduardo França.

I
O Vermutin é bebida excelente
Deliciosa e até sem rival 
O Vermutin faz bem a gente 
Toma, meu nego, Vermutin no Carnaval

Experimente, que você verá 
Que o seu efeito igual não há 
Pois o Doutor, com tal successo 
Na Capital lançou-o já

Quem usa do famoso Vermutin 
Tem vida longa, tem vida sem fim 
Dá alegria, ó negrada
Ai, como é bom do Vermutin uma golada

Vai para o céu o seu feliz autor 
Da Lugolina, inventor 
Mas está provado, rapaziada 
Que é melhor que cajuada

II
Declamado ou cantado 
A ninguém cansa 
O Vermutin
Do Eduardo França

Ele é gostoso 
Anima a gente 
Ao homem fraco 
Fá-lo valente

Tal descoberta 
Tal maravilha 
Assim no céu 
Estrela brilha

No carnaval
É adorado 
Toca pra frente 
Está consagrado

III
Ai, que prazer 
Ai, que alegria 
É tão gostoso 
Quem tal diria?

Eu aconselho 
A toda gente 
Que o Vermutin 
É excelente

Ele faz parte 
Em grandes festas 
Desde o comércio 
Até as serestas

Pois não duvidem
Não há que ver
No Vermutin 
Podem bem crer

IV [Para finalizar]
Quem tiver sêde e matá-la quizer 
Lembre-se logo de o procurar 
Encontrará em toda parte 
E o apetite terá bom para o jantar

A minha sogra, dele já provou 
Logo uma duzia encommendou 
E lá pra roça enviando 
Uma carroça, arrebentou

O Vermutin é de um tal sabor 
Mesmo no tempo do frio ou calor 
O camarada vai gostando 
E as garrafas é que vão se esvaziando

Chegando à casa, o que fui procurar?
Mas no avanço, sem pensar 
Fiquei, assim, na esperança 
Pois ele já estava na pança

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